Neste artigo, traremos o resultado de um importante estudo científico realizado pela Federação Mundial de TDAH (The World Federation of ADHD) com o resumo dos principais achados científicos e resultados de estudos recentes do mundo todo.
Existem muitos mitos e verdades sobre o TDAH espalhados na internet. Veremos como esses estudos podem ajudar no tratamento do transtorno, em diferentes contextos.
Assim, esperamos que vocês tenham uma compreensão mais clara do TDAH, das evidências científicas que existem em torno do transtorno, além de várias correlações e curiosidades sobre o tema.
Visão geral dos estudos: sintomas comuns e critérios de diagnóstico
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ainda é alvo de muitos equívocos e estigmas. Isso pode levar a um atraso no tratamento e à redução da credibilidade dos profissionais de saúde que lidam com essa condição.
Este artigo irá apresentar então, uma visão geral de 208 estudos sobre o TDAH, com resultados aprovados por 80 autores, em 27 países, 6 continentes. Também foi endossado por 366 pessoas que concordaram com seu conteúdo.
Também descreve brevemente a história do TDAH, começando com relatórios clínicos de países europeus há mais de dois séculos. Além de fornecer informações sobre como é o diagnóstico, seus sintomas e opções de tratamento.
O TDAH é um transtorno mental que pode ser diagnosticado em crianças e adultos. Ele caracteriza-se pela presença de sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade por pelo menos 6 meses, que causam dificuldades na vida diária.
Estudos mostram que a desatenção está mais associada a problemas acadêmicos e baixa autoestima, enquanto a hiperatividade-impulsividade está mais associada a comportamentos agressivos e de risco.
Existem três tipos de apresentação clínica do TDAH: desatento, hiperativo-impulsivo ou combinado.
Para ser diagnosticado, é necessário que um profissional de saúde entreviste o paciente e/ou cuidador para documentar os critérios do transtorno.
OMS acerca do TDAH (Organização Mundial da Saúde)
Embora seja criticado por ser subjetivo, o diagnóstico de TDAH atende aos critérios padrão de validação de um transtorno mental estabelecidos por Robins e Guze, que foram dois importantes psiquiatras norte-americanos.
Os esforços de Eli Robins e Samuel Guze contribuíram para a precisão e consistência dos diagnósticos e consequentemente o tratamento para pacientes com problemas de saúde mental.
Ter critérios claros para diagnóstico ajuda os profissionais de saúde a oferecerem o melhor tratamento para seus pacientes. Isso ajuda a prever problemas adicionais, como dificuldades de aprendizagem, o risco de abuso de drogas, a resposta ao tratamento e as causas do transtorno, como genética ou imagens cerebrais.
Quão comum é o transtorno e como ele afeta diferentes grupos
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma condição comum em todo o mundo, afetando cerca de 5,9% dos jovens.
Este artigo sobre TDAH mostrou que, embora a prevalência do TDAH não tenha aumentado nos últimos 30 anos, mais pessoas estão sendo diagnosticadas devido ao aumento do reconhecimento pelos médicos.
Assim, cerca de um em cada seis jovens com TDAH ainda apresenta os sintomas aos 25 anos e metade tem sinais de comprometimento residual. Jovens negros têm uma taxa de prevalência maior, 14% em menores de 18 anos.
Artigo mostra as causas do TDAH: fatores genéticos ou ambientais?
A causa do transtorno é uma mistura de fatores genéticos e ambientais. Desse modo, estudos mostram que muitas pequenas variações nos genes juntam-se para aumentar o risco para o distúrbio.
O TDAH também pode ser causado por defeitos raros em um único gene ou anormalidades nos cromossomos.
Os fatores ambientais que aumentam o risco do transtorno incluem condições antes e depois do nascimento, como falta de cuidado adequado na primeira infância.
Não se sabe ao certo se esses fatores são a causa direta dessa condição. Assim, pessoas com maior risco genético para TDAH também têm maior chance de ter ansiedade ou depressão.
Como o TDAH se relaciona com outras condições de saúde
Neste artigo sobre TDAH, pessoas com o transtorno podem apresentar maior risco de desenvolver certos problemas médicos não psiquiátricos.
Um estudo sueco com mais de 2,5 milhões de pessoas mostrou que pacientes com TDAH têm três vezes mais chances de serem obesos do que seus irmãos e primos sem TDAH.
Uma meta-análise com mais de 400.000 participantes revelou que crianças e adolescentes com TDAH não medicado têm cerca de 20% mais chances de estar acima do peso ou obesos.
Pessoas com essa condição, também têm mais chance de ter alergias, asma e diabetes tipo 1 e 2. Assim, estudos descobriram que indivíduos com TDAH são mais propensos a ter distúrbios metabólicos, doença celíaca e disfunção testicular.
Por fim, alguns estudos sugerem um risco aumentado de desenvolver TDAH após uma infecção anterior, doença autoimune ou anormalidades oculares.
Artigo sobre TDAH mostra como pode ser tratado com medicamentos e outras terapias
Medicamentos seguros e eficazes são utilizados no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, como determinado por agências reguladoras em todo o mundo.
Os efeitos colaterais são leves e a melhor relação benefício-risco no metilfenidato para crianças e adolescentes, e anfetaminas para adultos. As dosagens mais altas resultam em maior melhora nos sintomas.
Terapias comportamentais e cognitivo-comportamentais são comuns para melhorar habilidades sociais, organizacionais e disciplinares em pacientes de diferentes idades.
Assim, estudos descobriram que o treinamento dos pais para crianças em idade pré-escolar e terapia cognitivo-comportamental para adultos com TDAH estão associados a melhorias moderadas.
A meditação baseada em terapia apresentou resultados mistos e ainda carece de evidências sólidas. Assim, é importante lembrar que, mesmo que um tratamento não melhore os sintomas do TDAH, ele ainda pode ser útil para outros fins.
Sabemos como é importante ter acesso às evidências científicas para entender melhor o TDAH e como é essencial entender a natureza do transtorno para ajudar aqueles que sofrem com ele.
Para saber mais
Este conteúdo é um resumo do artigo científico sobre TDAH. Então você encontra o artigo científico completo aqui: The World Federation of ADHD International Consensus Statement: 208 Evidence-based conclusions about the disorder.
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